sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Familia
Vida!
Fé!
Com o coração para saber responder
Por Camila Silva
Legenda da foto: Korem Camp, Etiópia, 1984
“Acredito que uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens materiais, mas participando, sendo parte das trocas de ideias, estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no mundo".
Sebastião Salgado
Muitos não sabem o que é não ter algo para comer, não ter como sustentar um filho gerado sem querer ou onde se abrigar. Ao olhar e reparar as imagens que o fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado, produz, fica humanamente impossível não saber como é, não saber o que significa ficar sem as mínimas coisas que te fazem apenas sobreviver.
Com suas fotos, Sebastião Salgado, tenta fazer as pessoas pensarem mais sobre a situação econômica do mundo, ele retrata a situação dos africanos e sempre consegue alcançar seu objetivo, passar o que realmente acontece por traz de tudo.
Ao ver a imagem à cima você olha com o coração e acaba tendo uma vista mais profunda do que imaginava que poderia ter. Acaba notando, nem que seja por um instante, que você tem tudo. Tudo, que vale muito mais que uma vida, o que te dá a vida. Percebe também que o mundo precisa de ajuda, que você pode fazer algo por ele. Afinal, tudo começa a mudar quando agente decide começar a fazer algo para que isso aconteça.
Para ele o que realmente importa é que a pessoa que entrar para ver suas exposições não seja a mesma ao sair. Então, se você começar a ver mais as coisas com o coração consegue fazer mais pelo próximo.
Por Aline Andrade
O menino corria de um lado para o outro. Sua mãe gritava por ele
mas ele apenas olhava para ela e gritava:
- Já vou mãe, espera só mais um pouquinho.
Ele e os amiguinhos corriam de um lado a outra atrás de um monte
de mulambos enrrolados, para eles: uma bola. As traves eram dois
chinelos, bastante surrados, naquele jogo não tinha juíz.
Os narradores daquela partida, eram eles mesmos, os próprios
jogadores, corriam enquanto descreviam, já sem folêgos os lances.
Eles trocavam seus verdadeiros nomes, pelo nome de grandes craques
do futebol mundial.
A mãe já sem paciência, gritou novamente com o garoto, que
pareceu não ter ouvido, continuou jogando com os amigos, a mulher
ainda mais impaciente, 'invadiu o campo' e tirou o garoto, puxando
pelo braço O garotinho fechou a cara no colo da mãe, e os amiguinhos
continuaram jogando.
- Chegamos filho, prometo que não vai demorar!
O garotinho, ficou ainda mais emburrado ao saber do que se tratava,
e qual é a criança que não fica triste, ou mesmo desesparada ao saber
que está prestes a tomar uma vacina? A mãe falou algumas palavras
para encorajá-lo e ele apenas respondeu:
- Sou menino mamãe, meninos não choram! Não somos mole com as
meninas!
Uma enfermeira se aproximou e disse que seriam apenas 3 gotinhas,
meio contrariado o garoto abriu a boca e tomou as gotinhas. Logo
depois a mãe o colocou no chão e ele correndo a sua frente voltou
para seu jogo com os amigos.
Em forma de lula - Kleber Koch
Adelita era uma baleia solitária. Vivia a nadar em um mar frio, tão gelado quanto o seu coração. Ela não era má, mas a falta de convivência com animais tinha congelado os seus sentimentos. Para Adelita, os dias eram enormes, assim como a procura por alimentos, por carinho, por alguém.
Certa vez, Adelita chegou a fazer amizade com o golfo Gaspar, mas, como as águas esfriaram durante o inverno, ele seguiu rumo ao litoral brasileiro, em busca de mares mais agradáveis. Atualmente, Gaspar é atração em uma praia da Bahia. Alguns dizem que é em Ilhéus, outros dizem que é em Porto Seguro e há quem diga que ele foi parar num aquário.
Por falar em aquário, Adelita já morou em um e divertia crianças, fazendo números para os quais tinha sido adestrada, lá nos Estados Unidos. Dona de uma inteligência expressiva, muitas vezes o seu treinador esquecia que tratava-se apenas de uma baleia e conversava com ela como com um ser humano. Eram dias felizes, já que nem alimento precisava procurar.
Certo dia, Adelita estava nervosa e não queria treinar. Pulou para um lado, pulou para outro e quis dar uma lição no seu treinador. Saltou sobre ele para dar um susto. Pena que o susto foi tão grande, que o pobre coitado morreu esmagado.
Adelita ficou decepcionada. Lamentou ser tão grande e até pensou em fazer uma cirurgia de estômago para ver se emagrecia. Abandonou a ideia quando ficou sabendo que, após a operação, o paciente tem que ficar sem tomar líquido. Impossível para ela.
Desiludida, Adelita foi morar sozinha na Baía de Adélia, na Patagônia argentina. Colocou a mala nas costas e o pé na estrada, ou melhor, no mar.
Certo dia, enquanto brincava só, uma gaivota passou e perguntou o seu nome. Adelita respondeu. A gaivota se apresentou, chamava-se Fernão Capelo Gaivota. Fernão estava conhecendo a Argentina, uma vez que havia virado comunista e queria conhecer a terra de Che Guevara.
Fernão assistiu aquele filme Diário de Motocicleta e se encantara com a história do estudante de medicina argentino. Tanto que tornou-se comunista e veio conhecer a América Latina. Já havia passado pelo Brasil e até pousou na cabeça do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Voou de lá com medo das balas perdidas. Uma quase o acertou.
Fernão e Adelita começaram a conversar. Ele contou a ela sobre suas aventuras, sobre os seus vôos cada vez mais altos, a importância do amor, da compreensão, e o sonho de implantar na América um Estado socialista. Ou até comunista.
Adelita ficou empolgada. Um lugar justo, onde todos fossem iguais. Isso era um sonho a ser perseguido, construído, trabalhado.
Os dois ficaram amigos e seguiram conversando. Todas as tardes.
Certo dia, lá no fundo do mar, após uma conversa com o socialista Fernão, Adelita encontrou uma lâmpada. Era mesmo a do gênio. Adelita não acreditou. A tal história dos três pedidos era real.
Adelita conversou com o gênio, contou o seu passado, as suas conversas com Fernão e o sonho de construir um Estado justo. E assim, o gênio transformou Adelita em homem. Mais que isso, em um presidente da República.
Adelita ficou feliz e começou a trabalhar. Mas o povo não entendia os seus ideais e muitas vezes se rebelava.
Uma vez, Adelita ficou nervosa. Gritou para um lado, gritou para o outro, e não convenceu ninguém. Pensou em dar um susto nas pessoas e instituiu uma ditadura. Desde então, o Estado que ela governa não anda lá muito bem.
Adelita até mudou de nome para ver se melhorava. Hoje chama-se Hugo Chávez, mas ainda não conseguiu ser feliz.
Agora, o seu sonho é voltar para o mar. Desta vez, em forma de lula.
Análise do sonho migratório
Legenda: “Migração rural para as grandes cidades” Foto: Sebastião Salgado
Análise do sonho migratório
Por Guilherme de Oliveira
A estrada é longa e o destino é incerto, certo? Talvez tudo leve á um único destino; O nada.
Quando menina pensava em casar, ter alguém para amar.
Uma terra para plantar, cultivar, comer e engordar.
Criar uma família, filhos, filhas, tudo mundo junto, em uma pequena casa.
Todos iriam trabalhar duro, mas alimento nunca iria faltar.
Sonhos de crianças passam, todos crescemos e creio... creio que adultos não possuem sonhos.
A realidade me fez sair de casa e ir atrás de outra realidade.
Bem, família eu tenho, só me falta o sustento.
A idade já está avançada e não sei se agüento a caminhada até o final desta estrada.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Fome no Sahel
Mali, 1985.
O centro de nutrição infantil de Douentza também atende mulheres com filhos em idade de amamentação.
História
No ensaio Fome no Sahel, o fotógrafo Sebastião Salgado mostra a difícil situação vivenciada na África, no período de 1984 a 1985.
Neste ensaio, ele retrata a miséria vivida por pessoas em vários países africanos, como Etiópia, Mali e Sudão. As imagens impressionam pela grande reafirmação da realidade que é de conhecimento de muitos, mas poucos realmente tomam atitudes que diminuam a grave escassez de recursos básicos para moradores de regiões afetadas diretamente pela exploração e pelas condições naturais.
Texto interpretativo
O dia a dia tem sido cada vez mais corrido e desafiador. Lutamos para conseguir um emprego, ter bens, conquistar coisas em favor de si próprias.
Preocupa-se tanto com os sonhos e as vontades, que a luta pela vida dos outros fica esquecida.
O egoísmo e a falta de amor pelo próximo têm se tornado freqüentes. Não ligamos para o que os outros neste exato momento pensam, passam, sofrem.
A imagem do ensaio Fome no Sahel alerta a preocupação de uma mãe e a sua luta pelos seus, a fim de que eles possam viver. Devemos ter coragem para ajudar seja lá quem for e ter a esperança de um futuro melhor para todos.
Ana Clara Guerra
Mestre
Um dia minha mãe virou e me perguntou:
- Filho, o que você quer ser quando você crescer?
Eu nem pensei antes de responder:
- Professor, mamãe!
A alegria de ensinar aos outros como meu professor fazia me encantava muito e me fazia ter a certeza que era daquela forma que eu queria ser. Uma pessoa que apesar de toda a miséria que enfrentávamos era capaz de sorrir e brincar enquanto nos ensinava, me fascinava. Olhos de menino, uma criança que só via o mundo belo apesar de ter ciência da desgraça que me rondava.
O chão no cimento cinza e todos sentados em fileiras com os pés esticados olhando para aquela figura que nos chamava e ao invés de dar nossa mão à palmatória dava um abraço e um carinho, dava aquilo que muitos não recebiam em casa, amor...
Eu era uma das poucas crianças que tinha ainda seus pais vivos e casados, muitos dos outros que freqüentaram aquela sala e tiveram o carinho daquele mestre haviam perdido seus entes queridos para a guerra, para as bombas, as tropas inimigas, os saqueadores e todos aqueles que queriam defender seus bens sem olhar a quem faziam o mal.
Hoje cresci e toda vez que paro e olho para trás agradeço aquele senhor que todas as manhãs sorria e me ensinava como crescer e me tornar alguém melhor, como sair daquele pais de miséria e fazer de mim um homem de bem.
Não sou o homem mais rico do mundo, nem tenho a pretensão de ser. Sou uma pessoa que estudou, lutou e muito para chegar hoje onde estou.
Tive que fugir da guerra, deixar para trás todos os meus amigos que se perderam entre os destroços e cadáveres, mas não me arrependo.
Pois quando acordo todo dia olho no espelho e digo:
- Você conseguiu!
Referência fotográfica:
Livro: – SALGADO, Sebastião e BUARQUE, Cristovam. O berço da desigualdade. Brasília: UNESCO, 2005.
Fotografia: Escola no Quênia na região do lago Turcana (p. 166-167).
segunda-feira, 7 de junho de 2010
O Verdadeiro Ouro
Sebastião Salgado procura retratar um recurso utilizado pelas pessoas para esconder fatos socias que as beneficiam,ou seja, a chamada “vista grossa”.Através de fotos impactantes, o autor nos mostra o tamanho daquilo que é esquecido pela sociedade, pois quando os seres humanos correm, brigam e se matam por assuntos levianos, existem pessoas que não podem correr, nem brigar e nem se matarem, pois já estão praticamente mortas.
A foto abaixo foi tirada na chamada Serra Pelada localizada no município de Curionópolis ao sul do estado do Pará e abordará que o luxo de poucos é a angustia de muitos.
A Serra Pelada foi considerada o maior garimpo em céu aberto do mundo, com isso começou uma intensa corrida pelo ouro e isso mexeu com o sonho de muita gente. Afinal o ouro é tão cobiçado pela sociedade e tudo o que é cobiçado pelos homens de maior aquisição é logo em seguida cobiçado por todos, pois é a oportunidade que surge para quem pretende sair da miséria.
Sebastião Salgado um dos mais respeitados fotógrafos de todo o mundo retrata esse desespero da população para poder mudar de vida, não importa as condições, não importa nem mesmo a humilhação, a falta de higiene e saúde, pois eles querem ter o que comer no final do dia ou um lugar para morar ou até mesmo o reconhecimento futuro da sociedade.
É um formigueiro humano, cada formiga carrega nas costas os seus pertences e vaga mundo afora atrás de um novo objeto de caça, e é isso o que ocorre também na Serra Pelada, só que as formigas têm forma e alma de seres humanos.
Esses homens estão atrás de um pedaço de ouro, arriscam a sua vida por isso, pois os seus sonhos dependem exatamente disso, porém existem na metrópole também pessoas que tem como objetivo o ouro; o joalheiro que quer vendê-los e manter uma vida tranqüila financeiramente e os usuários que querem se enfeitar para irem para as festas da alta sociedade, que querem ter o seu luxo, que querem um diferencial. Mostrar poder no mundo contemporâneo não é diferente de como era na era medieval, é fazer com que outros trabalhem até a morte, suportem qualquer humilhação para alguns poucos colocarem um semblante de superioridade no rosto e um anel no dedo.
É por fotos como essa que Sebastião Salgado se destaca, ele não é apenas um fotógrafo que aperta um botão, mas sim um grande crítico social, no qual estampa na cara das pessoas o que eles não querem ver de maneira alguma, pois como diria Clarice Lispector “Porque ás vezes acordar tem lá as suas desvantagens”, mas Sebastião Salgado diria que enxergar o que não se quer ver tem a maior desvantagem de todas, a de ver a realidade.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Aqueles pés descalços
Pés descalços. Sujos, símbolo do trabalho ou da miséria? Talvez miséria apesar do trabalho. O fato é que são simples os chinelos, simples as calças e simples os pés que os vestem. Apesar de ser a parte menos vista é a cara do Brasil. Um povo que trabalha, sofre, paga as contas e vive na miséria. Isso eu digo pela grande maioria do povo que, simples, não tem vergonha de caminhar por uma vida melhor, pra fugir da seca e da fome. Não tem vergonha de caminhar em busca de trabalho, de saúde e educação. E não tem vergonha de ir atrás de um futuro melhor para os filhos.
Jamille Niero
Diário de um menino do Sul do Sudão
1993: No Sul do Sudão garotos fogem para campos de refugiados para não serem convocados para a Guerra civil entre o governo e os rebeldes, os dois lados alistam jovens ;a força para o combate.
Por Marjorie Maluf
Fome.
Sede.
Meus olhos ardem
Meu corpo está cansado.
Estou tentando me acostumar com os dias escuros e noites de caminhada. A ordem do líder é vigiar.
Não sei quanto tempo mais vai durar essa viagem.
Me disseram que se eu estiver sozinho e o sol nascer, eu devo procurar qualquer buraco, caverna ou fenda para me esconder.
Na partida, a minha mãe chorou lágrimas finas, aquelas que são permitidas nessa seca. Eram tantas que pensei até em bebe delas. Doeu para ela me deixar ir. Dói para mim ainda ter que deixá-la.
Quando meu pai foi para a guerra, morreu. A minha mãe disse que não suportaria que eu morresse também.
Eu perguntei para ela quem tinha razão na tal peleja e ela me respondeu que os dois lados são culpados pela morte.
Foram bonitas suas palavras na despedida.
-Meu filho seus pés vão te levar para a vida, mesmo que seja longe de mim.
Eu sinto falta de casa. Será que eu vou vê-la novamente? A minha irmã ficou sem os irmãos para protegê-la das meninas maiores e garotos abusados.
Se meu pai se foi e meu irmão teve que escapar também, era para eu cuidar delas. O meu irmão tem doze anos, faz um ano que não o vejo, fico pensando se vou encontrá-lo no campo para onde vamos.
A minha mente fica cheia de muitas coisas, com dez anos eu estava correndo na rua , agora tenho onze e estou fugindo para ser um refugiado.
Me explicaram que lá teremos segurança. Eu tenho medo dos homens com armas, receio que me encontrem e me levem para o inferno, é como chamam a guerra, inferno.
Na minha aldeia podiam me pegar e me massacrar em lutas vãs e aqui nem sei se vou sobreviver ao amanhã. Não sei como é que sabemos se estamos morrendo, mas se for assim como me sinto, quero que acabe logo.
Mas quando me lembro dos meus, ando mais um pouco, mais um passo, só mais um pé.
Minha cabeça dói.
Meus olhos continuam ardendo.
Ainda tenho sede.
Estou sempre com fome.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Aumento de dor e sofrimento a cada dia!
Quando vemos a realidade do ônibus, trem, metrô, as dificuldades com a chuva nem, podemos imaginar que todos aqueles Ruandeses passaram dias exilados na Tanzânia, é uma tristeza colocarmos coisas pequenas acima de grandes dores.
Após a morte de seu presidente Júvenal Habyarimana, o povo Ruandês, sem nação, lugar, origem e terra sofre em ter de abandonar o seu país.
Agüentar a fome, a sede, o frio não chega nem perto da dor que esse povo esta sentindo ao ver que parentes e amigos estão mortos e muitos não tem chances de sobreviver devido á falta das condições básicas para a sobrevivência.
Todos se esforçam e procuram ajudar aqueles que estão com a vida por um fio, com medo de dormir sem ter a certeza de que vão acordar, eles querem de qualquer forma preservar a sua vida, mesmo que sabendo que no fim muitos partiram.
Seus passos são vacilantes, se sentem acuados e, em cada olhar pode ser visto um pedido de socorro, para que aqueles que estão com a vida por um fio sejam salvos e que eles possam retornar para o seu país.
Marcia Amaral
Já dizia na música de Gabriel Pensador,até quando levaremos porrada e vamos ficar sem fazer nada?
Ruanda é um pequeno país montanhoso da África, encravado entre Uganda, a norte, a Tanzânia, a leste, o Burundi, a sul e a República Democrática do Congo, a oeste. Lugares que os brasileiros podem ter como opção remota para passarem férias ou até mesmo desconhecerem as localizações destes países.
E o que tem a ver a música de Gabriel com a questão de o segundo parágrafo tratar deste país africano?Justamente quando salientamos a relação ser humano e planeta. De uns tempos para cá não é difícil ver atos contra o aquecimento global, a matança de animais, o desmatamento florestal ou até mesmo a internacionalização da Amazônia.
Entretanto a maioria das pessoas se preocupa muitas vezes com seu próprio umbigo.Não é exagero dizer que muitos dos nossos conterrâneos não saberiam dizer ao certo onde está a região de Ruanda, até porque não é obrigação de muitos deles saber disso e esse é só um exemplo que ilustra o que vemos atualmente,que é um contexto de certo desleixo em relação ao fator social ou até mesmo à postura que muitos adotam ao aderir a certos movimentos.
Certa vez, numa discussão dentro de um fórum de um site de relacionamentos da internet, vi a indagação referente ao que você faria caso a Amazônia estivesse muito ameaçada (o que de fato está), não me lembro muito bem se era esta a pergunta, entretanto tinha relação com o fato e eu disse que faria de tudo um pouco para auxílio, não só se tratando da floresta amazônica. Lembro que a pessoa que postou a pergunta questionou se eu estava falando a verdade, se faria isso mesmo e que ninguém seria capaz de fazer isso atualmente porque todos só pensam em seu próprio bem-estar, o que mostra quão divergente é o pensamento humano ou até mesmo a pouca capacidade de mudança. Esperam que você faça alguma coisa para depois também começarem a agir. E o conformismo hoje é tão grande que as pessoas deixam de acreditar uma nas outras.
E em relação ao caso de Ruanda?Seria bastante pertinente dizer que não estamos próximos das atrocidades que aconteceram no país no ano de 1994 e que não cabe a nós fazer muita coisa em prol da melhoria das condições em que os povos africanos vivem há alguns anos. Mas Ruanda é só um exemplo dessa conformidade já mencionada e que atrasa bastante quem quer fazer alguma coisa. E mesmo que o país fique a quilômetros daqui, às vezes os continentes se tornam um só para quem está disposto a salvá-los.
Por Henrique Vieira