sexta-feira, 5 de novembro de 2010



Por Aline Andrade


O menino corria de um lado para o outro. Sua mãe gritava por ele
mas ele apenas olhava para ela e gritava:
- Já vou mãe, espera só mais um pouquinho.
Ele e os amiguinhos corriam de um lado a outra atrás de um monte
de mulambos enrrolados, para eles: uma bola. As traves eram dois
chinelos, bastante surrados, naquele jogo não tinha juíz.
Os narradores daquela partida, eram eles mesmos, os próprios
jogadores, corriam enquanto descreviam, já sem folêgos os lances.
Eles trocavam seus verdadeiros nomes, pelo nome de grandes craques
do futebol mundial.
A mãe já sem paciência, gritou novamente com o garoto, que
pareceu não ter ouvido, continuou jogando com os amigos, a mulher
ainda mais impaciente, 'invadiu o campo' e tirou o garoto, puxando
pelo braço O garotinho fechou a cara no colo da mãe, e os amiguinhos
continuaram jogando.
- Chegamos filho, prometo que não vai demorar!
O garotinho, ficou ainda mais emburrado ao saber do que se tratava,
e qual é a criança que não fica triste, ou mesmo desesparada ao saber
que está prestes a tomar uma vacina? A mãe falou algumas palavras
para encorajá-lo e ele apenas respondeu:
- Sou menino mamãe, meninos não choram! Não somos mole com as
meninas!
Uma enfermeira se aproximou e disse que seriam apenas 3 gotinhas,
meio contrariado o garoto abriu a boca e tomou as gotinhas. Logo
depois a mãe o colocou no chão e ele correndo a sua frente voltou
para seu jogo com os amigos.

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